Habitação, um dos problemas centrais do nosso país
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Habitação, um dos problemas centrais do nosso país

Imagem: Impulsive Addiction

Vivemos numa economia de baixos salários e ao mesmo tempo num mercado de imobiliário de luxo. É impossível, hoje em dia, para qualquer jovem sair da casa dos pais, porque não tem como pagar sequer um quarto ou vê-se com a corda na garganta, todos os meses, para pagar o seu crédito à habitação.

Muitos têm sido os pacotes e medidas apresentadas por este governo de maioria absoluta mas, na realidade, nenhum deles trouxe qualquer resultado que solucionasse os prolemas do País.

Por isso, temos assistido, com perplexidade, ao agravamento e agonização da maior parte dos problemas estruturais que assolam o País.

Desde a escola pública, com a degradação de várias das infraestruturas, com cada vez mais falta de pessoal docente e não docente e com a agravante de que estamos a falar de uma classe envelhecida e que, por este facto, pode comprometer as gerações futuras. Precisamos de medidas que resolvam, verdadeiramente, estes problemas como a valorização de quem lá trabalha, dos seus salários e das carreiras, um maior investimento para que seja possível garantir as condições mínimas a todos os alunos e entre outros aspetos, a eliminação definitiva das propinas, para que seja possível tornar o ensino cada vez mais universal e tendencialmente gratuito.

Até à habitação, que chegamos a pontos de ver que quem trabalha neste País, quem vive do seu salário não consegue pagar a sua própria casa e é empurrado, literalmente, para os subúrbios da cidade.

Vivemos numa economia de baixos salários e ao mesmo tempo num mercado de imobiliário de luxo. É impossível, hoje em dia, para qualquer jovem sair da casa dos pais, porque não tem como pagar sequer um quarto ou vê-se com a corda na garganta, todos os meses, para pagar o seu crédito à habitação.

Assistimos, todos os anos, a lamentáveis relatos de professores que não conseguem arranjar um teto onde morar e que só mesmo o carro lhes serve de abrigo. Milhares de jovens estudantes desistem do Ensino Superior porque não conseguem arranjar alojamento adequado aos seus rendimentos. Vimos como em Lisboa, o Presidente da Câmara, Carlos Moedas, inaugurou uma residência de estudantes em que o valor mínimo por mês de cada quarto é de 695€. A minha questão é: Onde é que isto vai resolver o problema dos estudantes de Lisboa? Quem vive de salário mínimos, médios e até um pouco acima aguenta pagar esses valores? Penso que a resposta é obvia.

Necessitamos de medidas que, verdadeiramente, resolvam estes problemas de raiz, medidas capazes de desafogar as nossas famílias e os nossos jovens para que seja possível haver futuro neste País.

As várias promessas feitas na rentrée Socialista não passam de mero fogo de vista. Prometem devolver um ano de propinas a cada ano de trabalho cá, mas, na realidade, não resolve problema, absolutamente, nenhum no imediato porque os jovens vão ter de as pagar. Já as promessas de um cheque-livro, de viagens gratuitas na CP, enfim, parece que estamos a falar de prémios de rifas em vez de soluções para alguns dos problemas.

E, mais uma vez, a questão de fundo que mais preocupa os jovens, a habitação, ficou por solucionar.

Mas reparei que o PSD apresentou um diploma que falava sobre a criação de um subsídio ao arrendamento que, ao que tudo indica, até agradou ao Governo, mas que na realidade não vai resolver problema nenhum, simplesmente, vai mascará-lo e agravá-lo a cada ano que passa, ou seja, para o PSD a solução é: deixar subir tudo de qualquer forma e obrigar as pessoas a estar de mão estendida, todos os meses, à espera da esmola do Governo. Isto não traz dignidade à vida de ninguém.

É preciso ter coragem para colocar fim aos benefícios dos residentes não-habituais, acabar com os Vistos Gold, colocar tetos máximos nos preços das rendas, limites ao aumento de prestações de crédito à habitação e reduzir o alojamento local nas zonas sobrecarregadas.

Mas, não é difícil perceber que para o PS é mais cómodo manter os privilégios de uns, não tocar na especulação imobiliária e deixar sem teto quem vive do seu salário, falhando assim com um dos direitos fundamentais, o direito à habitação, que está consagrado na Constituição da Républica Portuguesa, no seu artigo 65º.

Rui Tavares, Estudante de Contabilidade e Administração de Empresas no ISCAP, Membro da concelhia de Santo Tirso do Bloco de Esquerda


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